sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Nasa diz ter prova definitiva de que houve água em Marte

Imagem feita pelo jipe Opportunity comprovaria que já existiu água em Marte. Foto: Nasa/Divulgação
Imagem feita pelo jipe Opportunity comprovaria que já existiu água em Marte
Foto: Nasa/Divulgação

IRENE KLOTZ
Um jipe da Nasa encontrou a prova mais convincente até agora de que Marte teve água no passado - um veio de gesso, mineral depositado pela água, projetando-se a partir de uma rocha antiga. O jipe Opportunity e seu "gêmeo" Spirit chegaram em 2004 a lados opostos do planeta. Com o auxílio de sondas orbitais, eles ofereceram ao longo dos anos várias pistas convincentes de que o planeta nem sempre foi tão frio e seco quanto hoje.
A maior dessas provas, apresentada nesta semana na conferência da União Geofísica Americana, em San Francisco, é um fino veio de gesso numa rocha da beirada da cratera Endeavour, que tem 154 km de diâmetro.
O gesso geralmente se forma pelo fluxo de água dentro de rochas. "É a observação mais 'à prova de balas' que acho que já fizemos em toda essa missão", disse Steve Squyres, pesquisador-chefe dos jipes Spirit e Opportunity.
O Spirit não está mais operacional, mas o Opportunity continua enviando dados de Marte. Materiais depositados pela água já haviam sido encontrados a céu aberto, o que dificulta sua interpretação, já que eles podem ser deslocados pelo vento. Já o veio de gesso oferece uma análise mais inequívoca, por estar gravado na rocha.
Segundo Squyres, as características químicas e geológicas do veio "simplesmente gritam (que havia) água." Atualmente, a Nasa está enviando outra sonda para Marte, a Curiosity, para investigar a existência atual ou passada de água na cratera Gale, em outro ponto do planeta.
Reuters

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011


Nasa divulga que planeta 'parecido com a Terra' é primeiro habitável

Redação SRZD | Ciência e Saúde | 05/12/2011 17h45
Foto: Divulgação
A agência espacial Nasa anunciou nesta segunda-feira a descoberta do primeiro planeta habitável fora do nosso Sistema Solar. O corpo foi encontrado durante as buscas por corpos similares à Terra, em uma região habitável de um outro sistema descoberto pelo potente telescópio Kepler. De acordo com pesquisadores, o fato de estar em um sistema solar indica grande possibilidade de também haver água no planeta, possibilitando vida.
O planeta, chamado de Kepler 22b, é o primeiro exoplaneta indicado pela Nasa como apto para abrigar vida. Até agora, é também o menor já encontrado em uma região habitável de um sistema com estrela similar ao Sol. Ainda assim, ele tem cerca de 2,4 vezes o raio da Terra.
Outro dado importante é de que a temperatura média do corpo é de 22 graus, confirmando a possibilidade de vida. Ainda assim, os cientistas ainda não puderam dar certeza sobre o composição do novo globo (se há predominância de rochas, gases ou líquidos).
Para um dos cientistas do programa Kepler, Douglas Hudgins, a descoberta recente é um "grande marco" para as pesquisas que buscam um planeta similar a Terra.
O telescópio tem a capacidade de registrar o brilho emitido por mais de 150 mil estrelas. O processo de descoberta ocorre quando um dos planetas passa em frente às luzes emitidas. O Kepler registra a variação de brilho, tornando possível verificar tamanho e formato do astro. Ainda assim, é necessário que o corpo passe pelo menos três vezes pelo campo indicado.
Kepler-22b está a 600 anos-luz de distância da Terra e leva 290 dias terrestres para completar uma volta ao redor da estrela do sistema.
De acordo com a Nasa, outros corpos de similaridade com a Terra teriam sido indicados por pesquisas anteriores, porém a existência destes planetas habitáveis nunca chegou a poder ser confirmada. Além disso, estruturas de tamanho parecido com o do nosso planeta foram encontradas, mas estas não teriam condições propícias para abrigar vida como a entendemos.

Comentários (3)

Isso evita spams e mensagens automáticas.
Roberto
05/12/2011 19:56:29
Impressionante a capacidade que esses telescópios tem de nos mostrar pontos longíncuos do universo. O Hubble se aposentando nos mostrou maravilhas, agora é a vez do Kepler. Se há vida ou não fora do nosso mundinho, só num futuro talvez ainda bem distante, poderemos saber...
Harold
05/12/2011 18:54:23
Tudo muito lindo e perfeito......mas.... 600 mil ano-luz é "chão que não acaba mais", humanamente inatíngivel ! ( 1 ano-luz tem cerca de 9,5 trilhões de quilômetros).
MARIO
05/12/2011 18:54:15
Eu acredito muito que exista vida fora da terra, seria impossivel dada as possibilidade pela infinidade de possibilidade que existe no universo, mas acho que é inutiu saber se existe vida fora da terra, pois jamais iremos ver estes seres, portanto acho que deveria gastar menos dinheiro pra este propósito, deveria gastar este dinheiro com os seres da terra que estão morrendo de fome e sem infra estrutura, resumindo é um tratamento desumando.

domingo, 20 de novembro de 2011


NASA cria mapa de alta resolução da Lua

Sonda da agência espacial ajuda na criação de mapa topográfico inédito

por Redação Galileu

Editora Globo
Sonda da agência espacial ajuda na criação de mapa topográfico inédito// Crédito: NASA

Astrônomos da Universidade Estadual do Arizona, em parceria com a NASA, desenvolveram o mais detalhado mapa topográfico da Lua feito até agora. A imagem mostra a superfície lunar e usa diferentes cores para representar a elevação de pequenas montanhas e a profundidade de crateras. As partes mais altas estão em branco, seguidas pelas em vermelho, laranja, verde, azul e, nas fendas mais profundas, violeta.

Para fazer o mapa, os cientistas usaram uma câmera acoplada no Orbitador de Reconhecimento Lunar, uma nave não tripulada enviada pela NASA para pesquisar a Lua em 2009. A pequena câmera – que cabe na palma da mão – consegue mapear toda a superfície do satélite em um mês e gerar imagens de alta-resolução, numa escala de 100 metros por pixel. Como a cada mês a iluminação da Lua é diferente, o mapa foi desenvolvido ao comparar as imagens capturadas pela câmera durante um ano.

No entanto, a luz do sol dificilmente atinge os pólos lunares, deixando a região escura e difícil de ser captada pela câmera. Para contornar o problema, os cientistas mediram esses locais usando um altímetro-laser, aparato que dispara raios na superfície lunar e mede sua elevação conforme esses raios são refletidos.

Segundo os pesquisadores envolvidos, esse mapa era há muito tempo aguardado pelos cientistas que estudam a Lua, e podem ajudar a entender sua formação e a planejar futuras missões ao satélite.

Temas relacionados

domingo, 30 de outubro de 2011


30 DE OUTUBRO: ACONTECIMENTOS PRETÉRITOS

Para saber, clique no seguinte LINK:

http://pt.wikipedia.org/wiki/30_de_Outubro

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Em missão da Nasa, Júpiter ajudará a revelar origens da vida no Sistema Solar



O estudo sobre Júpiter, o maior planeta do Sistema Solar, ajudará a revelar as origens do grupo planetário graças à missão Juno da Nasa - agência espacial americana -, que parte nesta sexta-feira a uma viagem de cinco anos que tem como meta surpreender não só com respostas, mas com descobertas inesperadas.
A missão Juno é a segunda missão eleita sob o plano "Novas Fronteiras", um programa misto entre a Nasa e o setor privado, centrado em um projeto para a prospecção do Sistema Solar com um orçamento de US$ 1 bilhão.
Juno, a deusa da maternidade e protetora das mulheres na mitologia romana, partirá ao encontro de seu marido Júpiter, a principal deidade do panteão romano, a bordo do foguete Atlas V a partir do Centro Espacial Kennedy da Nasa, em Cabo Canaveral (Flórida), na busca de respostas científicas.
Em entrevista à Agência Efe, Adriana Ocampo, da divisão de Ciências Planetárias da Nasa e responsável pela missão, indica que, entre as incógnitas que se deseja desvendar, está o papel exercido por Júpiter na evolução e na origem do Sistema Solar e da Terra.
Este planeta de grandes dimensões tem um grande campo magnético que atuou como barreira para impedir que as moléculas dispersas no Universo no princípio de sua história ficassem de fora do Sistema Solar e permitissem o surgimento de vida.
Seu campo gravitacional conseguiu apanhar as moléculas de hidrogênio e oxigênio com as quais se forma a água, ingredientes fundamentais que proporcionaram o desenvolvimento dos oceanos e da atmosfera da Terra, que criaram as condições necessárias para a vida.
"Em vez de ter sido totalmente árida, como teria sido se não tivesse tido moléculas de água e atmosfera, lhe deu a oportunidade de poder capturar essas moléculas levianas", indica Ocampo. Segundo ela, a pergunta que fica pendente para a missão Juno é "por que na Terra surgiu a vida como a concebemos, e não em outros planetas".
"Sabemos que, para a vida, são necessários pelo menos três ingredientes: matéria orgânica, água líquida e uma fonte de energia", como aconteceu na Terra, "mas há outros lugares em nosso Sistema Solar que possam ter tido ou estão tendo essa combinação, o que torna esta missão especialmente interessante", explica a responsável.
Já é conhecida a composição gasosa de Júpiter, principalmente de hidrogênio e hélio, mas a comunidade científica não sabe onde começa o núcleo e se tem uma parte sólida, dúvida que buscarão desvendar com a missão Juno.
Outro dos objetivos é analisar as mudanças climáticas de Júpiter e o impacto que elas têm para a Terra. Desde o século XVII os cientistas observaram a "grande mancha vermelha" de Júpiter, uma tempestade cuja área é duas ou três vezes o tamanho da terrestre e que permanece no planeta há mais de 300 anos.
"Não conhecemos o mecanismo que faz com que uma tempestade dure centenas de anos. Se pudermos entender o sistema climático tão complexo de Júpiter, também vamos poder entender o sistema climático de nosso planeta e, talvez, prever com melhor precisão ciclones e furacões", assinala Ocampo.
Ela destaca que o campo magnético de Júpiter é tão forte que, "se fosse maior, teria sido uma estrela, não um planeta, e nosso Sistema Solar teria sido binário", ou seja, teria duas estrelas. "Mas não chegou a ter a massa suficiente para surgir como uma estrela".
Depois de mais de seis anos de preparação, a missão Juno partirá nesta sexta-feira e Ocampo considera que, tanto para ela, como para a equipe de 250 pessoas que trabalha na missão, é muito gratificante, já que "se conseguiu fazê-la ao custo atribuído e no tempo determinado".
Quando chegar a seu destino em 2016, Juno dará 33 voltas pela órbita de Júpiter para tentar responder algumas dessas perguntas. "Tenho certeza de que haverá muitas descobertas que não esperávamos", salienta a cientista.
EFE

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Telescópio Herschel confirma existência de oxigênio molecular no espaço

Reda
Redação do Site Inovação Tecnológica - 02/08/2011
Telescópio Herschel confirma existência de oxigênio molecular no espaço
O espectro revela a assinatura das moléculas de oxigênio - os cientistas ainda não sabem porque elas são tão raras no espaço.[Imagem: ESA/NASA/JPL-Caltech]
Confirmação
Astrônomos usaram o Telescópio Espacial Herschel para obter a primeira confirmação da presença de moléculas de oxigênio no espaço.
A primeira descoberta de oxigênio molecular no espaço foi feita em 2007, pelo telescópio sueco Odin, que localizou as moléculas na constelação em Rho Ofiúco A, na constelação da Serpente.
Só agora o achado pôde ser confirmado de forma independente, embora em outro ponto do espaço.
O oxigênio foi reencontrado na constelação de Órion, em uma região reconhecida como um berço de estrelas.
Segredos do universo
Na verdade, não há ainda uma boa teoria para explicar a escassez de moléculas de oxigênio no espaço - veja Astrônomos encontram peróxido de hidrogênio no espaço. O elemento oxigênio, ao contrário, é bastante comum, sobretudo ao redor de estrelas de grande massa.
"O gás oxigênio foi descoberto em 1770, mas levou mais de 230 anos para finalmente podermos dizer com certeza que essa molécula tão simples existe no espaço," disse Paul Goldsmith, um dos autores da pesquisa.
A equipe propõe que o oxigênio esteja no interior de partículas de gelo que recobrem grãos de poeira microscópicos. Eles acreditam que o oxigênio detectado pelo Herschel na nebulosa de Órion foi formado depois que a luz das estrelas aqueceu os grãos de gelo, liberando água, que foi de alguma forma quebrada em moléculas de oxigênio.
"Isso explicaria onde uma parte do oxigênio pode estar se escondendo," disse Goldsmith. "Mas não encontramos grandes quantidades dele, e ainda não entendemos o que é tão especial sobre os pontos onde o encontramos. O universo ainda guarda muitos segredos."utras notícias sobre:

domingo, 24 de julho de 2011

Descoberto o maior e mais distante reservatório de água

Hoje
Descoberto o maior e mais distante reservatório de água
Duas equipas de astrónomos lideradas por cientistas do Instituto de Tecnologia da Califórnia descobriram o maior e mais distante reservatório de água alguma vez encontrado no universo. 

Localizada a 12 mil milhões de anos-luz (o que significa que as imagens são de uma altura em que o universo tinha só 1,6 mil milhões de anos), a massa de vapor de água é 140 biliões de vezes superior à quantidade de água de todos os oceanos da Terra.

A massa de água encontra-se à volta de um quasar, um dos objectos mais brilhantes do universo.

Leia mais pormenores no e-paper do DN.






sábado, 23 de julho de 2011

Nasa anuncia onde o novo robô Curiosity pousará em Marte

Agência AFP
A Nasa escolheu uma cratera em Marte para onde enviará seu robô rover Curiosity, um veículo de exploração equipado com um laboratório  que será colocado no próximo ano na superfície do planeta para buscar sinais de vida, anunciou nesta sexta-feira a agência espacial americana. O Curiosity, que custou 2,5 bilhões de dólares, explorará a cratera Gale. Nesse local, onde existe uma montanha, os cientistas estudarão a argila e os depósitos de sulfato situados em vários níveis de altitude.
"Os cientistas escolheram a Gale para continuar com seus ambiciosos objetivos dentro desta nova missão", anunciou Jim Green, diretor da divisão da Nasa encarregada do estudo de planetas, com sede em Washington. "O local oferece uma paisagem visualmente espetacular, mas também um grande potencial de descobertas científicas importantes", acrescentou.
A imagem da cratera Gale foi montada a partir de diversas fotografias tiradas pela sonda Odissey
A imagem da cratera Gale foi montada a partir de diversas fotografias tiradas pela sonda Odissey
Os pesquisadores não esperam que o rover - cujo nome oficial é Mars Science Laboratory (MSL) - descubra seres vivos e sim sinais que demonstrem que, nas profundidades desse local, existiu vida microbiana e água. A Nasa espera enviar uma missão com tripulação antes de 2030. O lançamento do Curiosity está previsto para o fim do ano e sua chegada ao Planeta Vermelho programada para agosto de 2012. O anúncio do destino exato do Curiosity chega 35 anos depois da primeira aterrissagem de uma máquina em Marte, a sonda Viking 1, em março de 1976.
Tags: marte, Nasa, robô curiosity

domingo, 17 de julho de 2011

Marte é também chamado de Planeta Vermelho, por possuir rochas, solo e céu avermelhados. Devido a esta coloração, os romanos batizaram o planeta de Marte, em homenagem ao seu deus da guerra




Marte é também chamado de Planeta Vermelho, por possuir rochas, solo e céu avermelhados. Devido a esta coloração, os romanos batizaram o planeta de Marte, em homenagem ao seu deus da guerra.
Marte é o sétimo maior planeta do Sistema Solar e o quarto a contar a partir do Sol. O planeta possui dois satélites naturais.

Até que fossem realizadas as primeiras explorações espaciais, acreditava-se que poderia existir vida em Marte, hipótese atualmente descartada. Mas é possível que tenha existido grande quantidade de água em Marte e que formas de vida possam ter surgido em um passado distante.


Tamanho de Marte comparado a Terra.

Ficha técnica: 

Distância do Sol 227.940.000 km
Velocidade orbital média 24,13 km/s
Diâmetro equatorial 6.804,9 km
Área da superfície 1,448×10 8 km²
Massa 6,4185×10 23 kg
Temperatura à superfície -63 ºC
Translação 687 dias
Rotação  24,6 horas

Histórico

Assim como a Terra, Marte tem quatro estações. O seu dia também apresenta duração semelhante ao terrestre: pouco mais de 24 horas. A atmosfera marciana é rarefeita composta basicamente de dióxido de carbono, e a temperatura média do planeta é de 63 ºC negativos. Marte apresenta uma topografia bastante diversa, com crateras, cânions e vulcões, dentre eles o Olympus Mons, a maior montanha do Sistema Solar, com 27 quilômetros de altura.

Sem dúvida nenhuma é o planeta que mais deu origem a superstições e contos de fadas. Sua cor avermelhada deu origem ao seu nome, Marte: Deus da Guerra É observado desde os primórdios da astronomia moderna. Foi o planeta mais estudado na antiguidade, e isso possibilitou Johannes Keppler (1571-1630), através das observações de Tycho Brahe (1546-1601) descobrir as leis que regem os movimentos planetários.

Galileu Galilei (1564-1642), quando observou Marte em 1610 não soube afirmar se via as fases do planeta ou se o planeta não era perfeitamente redondo. Depois dele alguns outros puderam identificar algumas manchas em sua superfície e em 1.666 Jean Dominique Cassini (1625-1712) concluiu que o período de rotação do planeta é 24h 40 min e observou a presença de calotas polares. Mais tarde observou-se a presença de uma camada atmosférica espessa o suficiente para abrigar vida. As manchas escuras observadas sugeriram a presença de oceânos e vegetação. Porém é a partir de 1870 que começa a grande polêmica sobre a existência de vida no planeta vermelho.

Dispondo de um bom telescópio refrator para a época, Giovanni Schiaparelli (1835-1910) faz uma nova cartografia de Marte, a qual gerou muitas polêmicas e especulações sobre a existência de vida em Marte. Em seus mapas Schiaparelli destaca a presença de diversas estruturas lineares que ele denominou de canais. Essa denominação provocou muita divergência entre os pesquisadores da época. Uns afirmavam ser estruturas naturais e outros afirmavam ser estruturas artificiais, construídas pelos habitantes marcianos. A segunda hipótese prevaleceu por algum tempo, principalmente nos países de língua inglesa, provocado por um erro de tradução da palavra canali (usada por Shiaparelli) por canals que significa canais artificiais. Edward Pickering (1846-1919) observou que no cruzamento de dois ou mais canais haviam estruturas circulares bem extensas e que foi interpretada como oásis nos desertos marcianos. Os canais seriam redes hidráulicas em todo o planeta que sustentava a pouca agricultura para a sobrevivência dos marcianos que podiam ser uma civilização decadente.

No final do século XIX George Hale (1868-1938), Edward Barnard (1857-1923) e Asaph Hall (1929-1907) que descobriu os pequenos satélites do planeta (Phobos e Deimos), afirmaram que as ligações lineares entre manchas, no planeta, era apenas ilusão de óptica. Com o tempo isso foi provado, colocando-se no lugar a hipótese de que o relato de canais é na verdade estrias irregulares, manchas e zonas de reflexão pouco uniforme.

As conclusões a respeito desse planeta tomaram novos rumos com o envio da sonda Mariner 4 (em 1965), que forneceu dados muito mais precisos sobre sua atmosfera e superfície. Ela foi a primeira missão de sucesso ao planeta vermelho. O processo de exploração espacial seguiu até 2000 com a Mars Global Surveyor.

As condições de observação mais favoráveis são aquelas em que a distancia Terra - Marte é a menor possível. Isso se dá quando a Terra está no afélio e Marte no periélio e ambos na mesma direção e sentido em relação ao Sol. Esse tipo de coincidência ocorre num ciclo de aproximadamente dezessete anos, onde a distância entre eles é cerca de 60 milhões de Km. Como Galileu observou em sua época, Marte realmente apresenta uma pequena fase, ou seja, os observadores terrestres podem notar uma parte não iluminada do planeta em determinadas condições, porém a fase nunca se completa, pois ele está numa órbita mais externa que a da Terra (nunca há fase nova ou de quadratura).

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Mecanismos cibernéticos da fisiologia humana

No organismo humano, como nos demais seres vivos, os processos fisiológicos são controlados por mecanismos cibernéticos. 

Na definição de Rosalda Paim, cibernética é "a ciencia que trata da circulação de informações e dos mecanismos de comando, regulação e controle, no ser vivo, na máquina e na sociedade". 

No que tange ao organismo humano, destacamos o seguinte trecho do seu livro "Teoria Sistêmica Ecológica Cibernética de Enfermagem", segunda edição: 

 "Informações e Mecanismos Cibernéticos (Integração, Regulação e Controle): 

A maior parte dos sistemas de integração, regulação e controle do organismo funciona por mecanismos cibernéticos, os quais operam através de dispositivos de retroalimentação ou “feedback” negativo, isto é, efetuando reajustes mediante a entrada de novas informações no processo (“ïnput”), em função dos erros de saída (“output”), isto é, realizando a “correção por meio do próprio erro”. Para esta finalidade, o organismo possui inúmeros de dispositivos cibernéticos (de regulação por retroalimentação ou “feedback”)".

Entre os inúmeros  exemplos apresentados, destacamos o seguinte:

"Regulação e Controle da Glicemia por Mecanismo Cibernético  Hormonal - Respostas a Informações Mediadas por Concentrações de Substâncias: 
Por ocasião de sua ingestão, a glicose representa, ainda na cavidade bucal, uma carga de informação ou estímulo de natureza gustativa. Uma ingestão excessiva de glicídios ou mesmo de outros alimentos, provoca um aumento da glicemia. Esta elevação da concentração de glicose no sangue (hiperglicemia pós-prandial) e o próprio nível glicêmico corresponderá a codificação de uma mensagem, cujo canal de transmissão é o sangue, enquanto células pancreáticas, funcionando como receptores específicos, situados no pâncreas (células alfa das ilhotas de Langherans), captam e interpretam (decodificam) a mensagem, cuja resposta é a inibição da síntese e da secreção do seu hormônio - o glucagon.   
Concomitantemente, esta  mesma informação é também captada e decodificada por receptores, também específicos, localizados nas células beta das mesmas ilhotas de Langherans, cuja estimulação ensejará uma resposta, a qual será uma maior produção de outro hormônio, a insulina, que atuará nas membranas das células de todo o corpo, aumentando sua permeabilidade e, assim, favorecendo a absorção de glicose e o conseqüente incremento  de seu consumo como fonte de energia, decorrente do aumento do metabolismo celular, resultando na diminuição da glicemia. 
Ao mesmo tempo, na vigência de um teor de glicose acima dos limites normais (hiperglicemia), acrescido da elevação do nível de insulina (insulinemia) e da diminuição do nível de glucagon no sangue, estes fatores correspondem a uma carga de informações ao fígado que, em resposta, seqüestra a glicose do sangue e, mediante um processo de síntese (anabolismo), denominado glicogênese, a converte em glicogênio, um polímero da glicose, desta forma reduzindo a glicemia, até restabelecer o nível homeostático  (normoglicemia). 
O glicogênio e armazenado no próprio fígado, constituindo uma reserva, transformável em energia, de acordo com a necessidade. Por outro lado, o metabolismo basal, acrescido das atividades laborativas e da ausência prolongada da ingestão de alimentos, produz hipoglicemia.
Quando a concentração de glicose diminui a níveis abaixo do normal (hipoglicemia), esta situação, além de acionar o mecanismo da fome, funcionará, também como mensagem, para as células beta, cuja resposta  a este estímulo é a inibição da produção de insulina para “economizar” o consumo de glicose e buscar manter níveis homeostáticos da glicemia, ao mesmo tempo em que constitui mensagem para as células alfa, cuja resposta é o aumento da elaboração de glucagon. 
A insulina funciona como um mecanismo de gangorra em relação ao glucagon: quando um aumenta o outro diminui e vice-versa. 
Os níveis aumentados de glucagon veiculam mensagem que provoca como resposta, uma atividade analítica (catábolica) do fígado (sob a ação do glucagon), isto é, a “quebra” das moléculas de glicogênio hepático, isto é, o desdobramento (despolimerização) ou conversão do glicogênio em moléculas livres de glicose (glicogenólise), também, com a finalidade de manter níveis adequados de glicemia para atender às necessidades do organismo, as quais são conduzidas pelo sangue (transporte), até à intimidade celular (aporte celular), onde sob a ação do oxigênio e de enzimas específicas, é queimado (oxidado), constituindo o fenômeno de respiração celular (catabolismo), produzindo energia e, tendo como subprodutos, água e dióxido de carbono (CO2). 
Estes efeitos homeostáticos são resultantes de um sistema informacional do organismo (trocas de informações), mediado por matéria (concentração de substâncias) que aciona um mecanismo cibernético de retroação (“feedback” negativo), cujos estímulos aos órgãos receptores são mediados por concentrações de substâncias, provocando uma resposta, expressa por “trocas de matéria”, como exemplificado acima (caso do pâncreas), ou mesmo, por “trocas de matéria e energia”.



Rosalda Paim apresenta, no mesmo livro, variados exemplos, como este, de funcionamento cibernético do organismo humano, instaurando a "fisiologia cibernética" (mesmo porque a cibernética, na verdade, nasceu da fisiologia) e introduziu o mecanismo de "feedback" e, portanto, a cibernética na enfermagem, criando a "enfermagem cibernética", ao designar a sua teoria como "Teoria Sistêmica Ecológica Cibernética de Enfermagem", entre cujos Princípios, inclui o:

"Princípio da Enfermagem Cibernética

                  Em um universo em continuo e permanente processo de transformações, a ciência de Enfermagem, o sistema de Enfermagem e o Processo Assistencial de Enfermagem devem adotar e acionar o dispositivo Cibernético de "retroação" (feedback) para se reajustar ou readaptar constantemente aos avanços científicos, tecnológicos e sociais de cada época, para atender às necessidades  de  cada paciente (família, comunidade, sociedade),  em cada instante considerado.

     Corolário:
    
     - O dispositivo Cibernético de "retroação" ou “feedback” deve ser usado permanentemente em relação à Assistência de Enfermagem, à Educação em Enfermagem, à Administração de Enfermagem ou à Pesquisa de Enfermagem, às Associações de Enfermagem ou a outra qualquer atividade da profissão, ao perfil, às funções e atribuições do Enfermeiro, do Técnico ou do Auxiliar de Enfermagem.

      - O modelo de processo de enfermagem, apresentado no mesmo livro, adota tal mecanismo de retroação (feedback), com a finalidade de introduzir reajustes ante processo, in-processo e pós-processo, em razão das diferenças entre o esperado resultado do desempenho e aquele realmente atingido, ou seja, em função da análise dos objetivos e da qualidade do produto final do sistema.
     A qualidade do produto final do sistema de enfermagem - a assistência de enfermagem - deve atender,  simultaneamente, às expectativas do consumidor desse serviço (clientela), de sua família do sistema de enfermagem, do  sistema de saúde, da comunidade,  do sistema social e do próprio enfermeiro.
     O modelo de sistema de enfermagem, aqui proposto, tem como paradigma os sistemas auto-organizadores e auto-reguladores (sistemas cibernéticos), como os organismos vivos e os ecossistemas naturais, interagindo entre si e processando o intercâmbio de matéria, energia e informações.
      Tal como ocorre em um subsistema de controle de produção de uma empresa, em que seu processo administrativo é controlado pelo cérebro humano, um sistema de enfermagem, ao adotar um modelo cibernético de processo, adquire a semelhança interna geral com uma criatura viva, completada pelos seus reflexos (estímulos e respostas que surgem nele), cujo cérebro e representado pelo próprio enfermeiro.
      Na Enfermagem Cibernética, o processo de enfermagem (dinâmica do sistema), coerente com o modelo proposto, o "Modelo Cibernético de Processo de Enfermagem", tem  como "cérebro" o próprio enfermeiro (mecanismo sensor, de interação, de respostas e reajustes) o que torna, assim, este processo  "automatizado".    
     Um processo assistencial de enfermagem, para ser Cibernético, teleológico, deve conter uma definição clara e precisa dos seus objetivos, além de possuir um sistema de avaliação e um dispositivo de  retroação (reajuste), capaz de permitir, constantemente, correções necessários, isto é, o controle permanente do sistema.
     A dinâmica e funcionamento (“fisiologia”) do Sistema de Enfermagem, no sentido da consecução do seu "telos", constituem o respectivo processo. 
    Portanto, a dinâmica e interrelações entre os vários procedimentos necessários à prestação de assistência de enfermagem às pessoas (família, comunidade) constituem o processo de enfermagem.
     Qualquer sistema necessita de processadores e responsáveis pela sua higidez e funcionamento.
     Para o processamento dos cuidados de enfermagem, um tipo particular de assistência prestada ao ser humano, exige-se um profissional altamente diferenciado e qualificado - o enfermeiro.

     O enfermeiro é membro integrante da equipe de agentes do aparelho prestador de assistência de saúde ao homem, à família, à comunidade  e à sociedade.
     
"ENFERMEIRO" é o profissional capaz de satisfazer os requisitos estabelecidos pelo sistema legal do respectivo país para o uso do título e exercício da profissão, de realizar a consulta (diagnóstico e prescrições de enfermagem), executar (cuidar), coordenar e controlar (mediante avaliação e reajustes) o processo de enfermagem e encaminhar o homem (família), para receber assistência de privativas de outros profissionais ou de outras instituições, atuando no sentido de promover ou concorrer para a manutenção ou restauração da homeostasia do "sistema humano", de seus metassistemas (família, comunidade, sociedade) e dos respectivos sistemas ambientais, bem como do próprio sistema de enfermagem, do sistema de saúde e do sistema social em que estes se inserem.
  
      A esta altura, precisamos e já podemos definir a enfermagem: 

   ENFERMAGEM é a ciência, a arte e uma prática social que trata do diagnóstico das necessidades de saúde, do planejamento, execução (cuidar), coordenação e controle (avaliação e reajuste) do processo assistencial de enfermagem, atuando sempre e, simultaneamente, sobre o ser humano (família, comunidade, sociedade), abrangendo o ambiente, com a finalidade de promover, preservar e restaurar a saúde.
    
Face ao sistema discursivo da "Teoria Sistêmica Ecológica Cibernética de Enfermagem", poderíamos traduzir:
ENFERMAGEM é a ciência, a arte e uma prática social que trata do diagnóstico das necessidades de saúde, do planejamento, coordenação, execução (cuidados) e controle (avaliação e reajuste) do processo de enfermagem ao atuar sempre e, simultaneamente, sobre o sistema humano (pessoa sadia ou doente) e seus metassisstemas (família, comunidade, sociedade) e o entorno, com a finalidade de promover, preservar e restaurar a otimização da homeostasia do processo de intercâmbio de matéria, energia e informações entre o sistema em causa e o seu ecossistema."

(Edson Nogueira Paim escreveu)