sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Em missão da Nasa, Júpiter ajudará a revelar origens da vida no Sistema Solar



O estudo sobre Júpiter, o maior planeta do Sistema Solar, ajudará a revelar as origens do grupo planetário graças à missão Juno da Nasa - agência espacial americana -, que parte nesta sexta-feira a uma viagem de cinco anos que tem como meta surpreender não só com respostas, mas com descobertas inesperadas.
A missão Juno é a segunda missão eleita sob o plano "Novas Fronteiras", um programa misto entre a Nasa e o setor privado, centrado em um projeto para a prospecção do Sistema Solar com um orçamento de US$ 1 bilhão.
Juno, a deusa da maternidade e protetora das mulheres na mitologia romana, partirá ao encontro de seu marido Júpiter, a principal deidade do panteão romano, a bordo do foguete Atlas V a partir do Centro Espacial Kennedy da Nasa, em Cabo Canaveral (Flórida), na busca de respostas científicas.
Em entrevista à Agência Efe, Adriana Ocampo, da divisão de Ciências Planetárias da Nasa e responsável pela missão, indica que, entre as incógnitas que se deseja desvendar, está o papel exercido por Júpiter na evolução e na origem do Sistema Solar e da Terra.
Este planeta de grandes dimensões tem um grande campo magnético que atuou como barreira para impedir que as moléculas dispersas no Universo no princípio de sua história ficassem de fora do Sistema Solar e permitissem o surgimento de vida.
Seu campo gravitacional conseguiu apanhar as moléculas de hidrogênio e oxigênio com as quais se forma a água, ingredientes fundamentais que proporcionaram o desenvolvimento dos oceanos e da atmosfera da Terra, que criaram as condições necessárias para a vida.
"Em vez de ter sido totalmente árida, como teria sido se não tivesse tido moléculas de água e atmosfera, lhe deu a oportunidade de poder capturar essas moléculas levianas", indica Ocampo. Segundo ela, a pergunta que fica pendente para a missão Juno é "por que na Terra surgiu a vida como a concebemos, e não em outros planetas".
"Sabemos que, para a vida, são necessários pelo menos três ingredientes: matéria orgânica, água líquida e uma fonte de energia", como aconteceu na Terra, "mas há outros lugares em nosso Sistema Solar que possam ter tido ou estão tendo essa combinação, o que torna esta missão especialmente interessante", explica a responsável.
Já é conhecida a composição gasosa de Júpiter, principalmente de hidrogênio e hélio, mas a comunidade científica não sabe onde começa o núcleo e se tem uma parte sólida, dúvida que buscarão desvendar com a missão Juno.
Outro dos objetivos é analisar as mudanças climáticas de Júpiter e o impacto que elas têm para a Terra. Desde o século XVII os cientistas observaram a "grande mancha vermelha" de Júpiter, uma tempestade cuja área é duas ou três vezes o tamanho da terrestre e que permanece no planeta há mais de 300 anos.
"Não conhecemos o mecanismo que faz com que uma tempestade dure centenas de anos. Se pudermos entender o sistema climático tão complexo de Júpiter, também vamos poder entender o sistema climático de nosso planeta e, talvez, prever com melhor precisão ciclones e furacões", assinala Ocampo.
Ela destaca que o campo magnético de Júpiter é tão forte que, "se fosse maior, teria sido uma estrela, não um planeta, e nosso Sistema Solar teria sido binário", ou seja, teria duas estrelas. "Mas não chegou a ter a massa suficiente para surgir como uma estrela".
Depois de mais de seis anos de preparação, a missão Juno partirá nesta sexta-feira e Ocampo considera que, tanto para ela, como para a equipe de 250 pessoas que trabalha na missão, é muito gratificante, já que "se conseguiu fazê-la ao custo atribuído e no tempo determinado".
Quando chegar a seu destino em 2016, Juno dará 33 voltas pela órbita de Júpiter para tentar responder algumas dessas perguntas. "Tenho certeza de que haverá muitas descobertas que não esperávamos", salienta a cientista.
EFE

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Telescópio Herschel confirma existência de oxigênio molecular no espaço

Reda
Redação do Site Inovação Tecnológica - 02/08/2011
Telescópio Herschel confirma existência de oxigênio molecular no espaço
O espectro revela a assinatura das moléculas de oxigênio - os cientistas ainda não sabem porque elas são tão raras no espaço.[Imagem: ESA/NASA/JPL-Caltech]
Confirmação
Astrônomos usaram o Telescópio Espacial Herschel para obter a primeira confirmação da presença de moléculas de oxigênio no espaço.
A primeira descoberta de oxigênio molecular no espaço foi feita em 2007, pelo telescópio sueco Odin, que localizou as moléculas na constelação em Rho Ofiúco A, na constelação da Serpente.
Só agora o achado pôde ser confirmado de forma independente, embora em outro ponto do espaço.
O oxigênio foi reencontrado na constelação de Órion, em uma região reconhecida como um berço de estrelas.
Segredos do universo
Na verdade, não há ainda uma boa teoria para explicar a escassez de moléculas de oxigênio no espaço - veja Astrônomos encontram peróxido de hidrogênio no espaço. O elemento oxigênio, ao contrário, é bastante comum, sobretudo ao redor de estrelas de grande massa.
"O gás oxigênio foi descoberto em 1770, mas levou mais de 230 anos para finalmente podermos dizer com certeza que essa molécula tão simples existe no espaço," disse Paul Goldsmith, um dos autores da pesquisa.
A equipe propõe que o oxigênio esteja no interior de partículas de gelo que recobrem grãos de poeira microscópicos. Eles acreditam que o oxigênio detectado pelo Herschel na nebulosa de Órion foi formado depois que a luz das estrelas aqueceu os grãos de gelo, liberando água, que foi de alguma forma quebrada em moléculas de oxigênio.
"Isso explicaria onde uma parte do oxigênio pode estar se escondendo," disse Goldsmith. "Mas não encontramos grandes quantidades dele, e ainda não entendemos o que é tão especial sobre os pontos onde o encontramos. O universo ainda guarda muitos segredos."utras notícias sobre: